NOSSAS CIDADES ESTÃO NUAS?

------------------------------------------------ MOÇADA UNIDA NUNCA ACABARÁ POSITIVO PARANÁ ARQUITETURA!!! ------------------------------------------------
Em plena semana de EREA escolhi um tema para discussão que tem relação com o que somos e como nos apresentamos ao mundo. Gosto muito da frase do Luli que diz: "Privacidade é mito: somos todos celebridades". É indiscutível que quando a internet faz parte da nossa vida, somos entidades públicas. O Orkut, MSN, Twitter e outros escancaram o nosso dia a dia e todos sabem onde estamos e o que fazemos. Não sei se isso é exatamente um problema, mas as noções de público e privado se misturam e o reflexo disso está no espaço de nossas cidades. Ferramentas como o Google Earth já abriram a discussão sobre a privacidade em nossas cidades. Quem mora em uma cobertura, por exemplo, pode ser flagrado fazendo "topless" e a imagem chegará a cada lar com um computador na rede. Agora a discussão está sobre a ferramenta "street view" do Google. Trata-se de fotografar cada rua de uma cidade em 360 graus de disponibilizá-la na Internet. Mais um passo para o Big Brother, aquele do filme. Vantagens? Claro! Nossa viagem a Londres já pode começar com um passeio perto do Big Ben... ... mas ao mesmo tempo as pessoas fotografadas, anônimas na multidão, podem ser reconhecidas no lugar errado: margem para desentendimentos. De fato, acredito que o interesse público deve prevalecer sobre o privado e os lugares fotografados são todos públicos. Não se vê nada que não seria visto ao vivo e isso parece coerente. Como a produção arquitetônica deve se comportar frente a esta discussão? Será que os espaços públicos devem se abrir para serem vistos ou se fechar para se protegerem? Está lançada a polêmica! Comentem... Abaixo um vídeo explicativo sobre a ferramenta Google Street View. (2012) http://www.youtube.com/watch?v=w_jaLIOgQZc

9 comentários. Faça o seu!:

Anônimo disse...

Sou a favor de lúcio costa
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Acho que quando se projeta ambientes públicos não se deve restringir nada, o espaço por si só, já tem a característica de livre acesso ( diria até livre arbitrio espacial). Todos nascem livres, a sociedade nos impõem os limites e as regras, creio que a arquitetura( leia-se urbanismo) possa proporcionar algo diferente... mais permeável. Eu não conheço brasilia, mas fiquei fascinado ao me deparar com o projeto piloto do lúcio costa, é a glasnost urbana, fascinante...
08/04/2009 00:17:59

EVERTON TELES DA SILVA
Curitiba - PR

Gisele Pinna disse...

» Espaço público

O espaço livre na cidade é muito bemvindo mesmo. Pena que por motivos de segurança, algumas cidades gradeiam praças inteiras, como se isso fosse diminuir o consumo de drogas, etc. Ainda bem que em Curitiba ainda encontramos praças abertas. Esse tesouro não pode ser perdido. Brasília é mesmo muito interessante sob esse aspecto. É a utopia que foi realizada. É um bom "case" para estudarmos. Abs Gisele

Anônimo disse...

JANELAS VIRTUAIS
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E se as imagens fossem ao vivo, com câmeras em tempo real, poderíamos fazer o papel de vigilantes do lugar, assim como as janelas das cidades, que sempre contribuíram com a segurança e boas relações com o espaço público.

08/04/2009 15:59:25
HARALDO HAUER FREUDENBERG
Curitiba - PR

Gisele Pinna disse...

POIS É ...
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Me preocupa essa situação BIG BROTHER. Imagine que se isso acontecesse, o "ladrão" poderia vigiar a rotina da sua casa sem nem estar lá, sem gerar suspeitas. Não posso concordar com isso Haraldo, mas vale esquentar a discussão. Será que tem alguém que possa se pronunciar sobre esse conflito? Abs Gisele

Anônimo disse...

Orwell já dizia...
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Até onde seria interessante ter acesso irrestrito aos espaços privados? Tudo se torna cansativo e menos interessante quando exposto sem critérios, além do fato que o objeto muda quando sabe que é observado. Quanto a posição de vigilante exposta pelo Haraldo, ela poderia ser facilmente confundida ou transformada em posição de aproveitador. Me parece ainda ser mais interessante a curiosidade causada pelo o que não vejo. Orwell ainda soa aterrorizante mesmo em "tempos bicudos" para a privacidade.
13/04/2009 14:49:01

RICARDO PEREIRA RODRIGUES
Curitiba - PR

Gisele Pinna disse...

O véu da noiva
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Puxa Ricardo, que contribuição importante! Aproveitaremos essa referência. Esse seu ponto de vista me fez lembrar do véu, que insinua mas não revela. Essa situação é muito mais sedutora. O que seria da experiência de vivência na cidade se não houver mistério. Sem mistério não há curiosidade... Sem curiosidade não há motivação da descoberta. A própria terminologia "descoberta" já tem em si embutida o significado de revelar, desvelar... Muito pertinente. Espero que nossas cidades não percam seu caráter sedutor. Abs GIsele

Anônimo disse...

Curiosidade
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A que filme voce se refere professora?
14/04/2009 23:57:32
CLAUDIO VIEIRA SANTOS
Curitiba - PR

Gisele Pinna disse...

Filme - indicação
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Oi Claudio, segue a indicação. Havia me enganado sobre o diretor, mas nesse link vc encontra mais detalhes: http://br.cinema.yahoo.com/filme/5490/1984 Vale a pena curtir um domingo com pipoca. Abs Gisele

Anônimo disse...

Refletir sobre o tema
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Sobre o comentário do Haraldo, tenho a sugerir um livro: "Monitoramento, Classificação e Controle nos dispositivos de vigilância digital" (Fernanda Bruno, 2008). Boa leitura.

07/05/2009 18:55:50
Ramiro

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